BRASIL, O PESO É O MESMO AS MEDIDAS É QUE SÃO DIFERENTES

Grecianny Cordeiro
Definitivamente, o Brasil vem caminhando na contramão da história e, de forma consequente ou não, muitos brasileiros também.
Com bastante frequência, tenho sido surpreendida com motoristas trafegando com seus veículos pela contramão. Para encurtar o caminho. Para evitar dar uma volta imensa no quarteirão. Motivos não faltam. O mais impressionante é a naturalidade com que fazem isso. Sem titubear, com uma velocidade considerável e sem demonstrar qualquer constrangimento pelo fato de estarem errados.
Ainda na contramão da história, o cidadão que paga seus impostos em dia (IPTU, IPVA, IR, etc), multas de trânsito, dentre tantos outros encargos que são pagos ao ente estatal, são preteridos por aqueles que não pagam em dia. Todos os anos, os governos, no afã de arrecadar, concedem benefícios maravilhosos àqueles que se mostram inadimplentes, numa verdadeira inversão de valores, deixando claro que vale a pena não pagar nada em dia.
E enquanto as contas públicas estão deficitárias, apresentando rombos altíssimos, a justificar uma “necessária” reforma da previdência, o governo federal gasta rios de dinheiro com emendas parlamentares, com liberação de verbas, tudo para comprar os votos necessários para sua manutenção no poder.
Em um momento crítico em que a sociedade brasileira necessita passar sua história a limpo, desvendando e desmascaran
do os corruptos e corruptores que provocam imensa sangria nos cofres públicos, os Tribunais Superiores concedem liberdade a investigados de conhecida e inequívoca perniciosidade, absolvem réus com provada e comprovada culpa, negam prisões a quem deveriam prender.
Quando a sociedade brasileira clama por um sistema eleitoral mais transparente e menos corporativista, o Legislativo Federal aprova uma “reforma” capaz de garantir aos candidatos e partidos políticos um navegar tranquilo nos mares da impunidade, além de aprovar um fundo de valor estratosférico, obrigando o povo a pagar a conta para que, logo mais, continue sendo extorquido e vilipendiado.
Ainda na contramão, diante de inúmeras provas de ilícitos praticados, de atos de corrupção, os réus inflam o peito e se declaram inocentes, vítimas de armadilhas destinadas a destruí-los, sendo o acusador o grande mentiroso, movido por propósitos pessoais.
Andar na contramão parece ser a sina do Brasil. E para o brasileiro que não anda na contramão, tudo o que lhe importa é a consciência tranquila de agir corretamente.

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