EMPODERAR

Grecianny Cordeiro

“Sabe que lugares ocupavam as mulheres nas Olímpiadas gregas? A primeira mulher, digo-lhe, ficou em 800.º lugar.

“Sabe quantas mulheres há entre os primeiros cem jogadores de xadrez? Eu digo-lhe: nenhuma”,

“É claro que as mulheres devem ganhar menos que os homens, porque são mais fracas, mais pequenas e menos inteligentes”.

Essas foram as palavras de um deputado polonês ao discursar no Parlamento Europeu, no início desse ano.

O que esse deputado falou gera em nós um grande repúdio e indignação.

O pior é saber que muitos homens – até mulheres- pensam assim.

A diferença é que muitos apenas não externam seu pensamento.

O desinformado deputado polonês desconhece, todavia, que nas olimpíadas do RIO, 45% dos atletas eram mulheres; em 2002, o maior enxadrista do mundo, KASPAROV, foi derrotado pela húngara JUDIT POLGAR.

Mas, via de regra, os fatos não são favoráveis às mulheres:

No Mercado de trabalho, poucas mulheres exercem cargos de liderança e recebem 30% a menos que os homens no mesmo cargo;

O Brasil é o sétimo país com o maior registro de violência contra a mulher, no mundo.

Nas eleições de 2014, a proporção da participação feminina na política brasileira ficou abaixo dos 30% estipulado como mínimo pela legislação eleitoral.

Pelo IBGE, das 50 milhões de famílias (únicas e conviventes principais) que residiam em domicílios particulares em 2010, 37,3% tinham a mulher como responsável.

Estudos nacionais mostram que até 70% das mulheres já foram vítimas de violência física e/ou sexual por parte de um parceiro íntimo.

Em julho de 2010, a Assembleia Geral da ONU criou a ONU Mulheres, a Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres.

E o que é empoderar?

É estabelecer liderança corporativa com igualdade de gênero; tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação; garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que trabalham na empresa; promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres; apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento por meio marketing; promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social.

Os desafios são enormes. Isso nunca foi novidade.

Superar desafios sempre foi marca registrada da mulher ao longo dos tempos, em diversas civilizações.

A luta continua.

Grecianny Carvalho Cordeiro
Promotora de Justiça

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