O STF NÃO PODE SER FANTOCHE

Grecianny Cordeiro
O STF NÃO PODE SER FANTOCHE
O Ministro do STF, Gilmar Mendes, mostrou-se indignado com o “vazamento seletivo” das informações relacionadas à Operação Lava Jato.
Disse que a Procuradoria Geral da República não está acima da lei e que corre o risco de o STF transformar-se em seu fantoche.
Senhor Ministro,
Tudo o que o Ministério Público, a Polícia Federal, diversas instituições e a sociedade brasileira querem é que o STF não seja mesmo um fantoche.
Que o STF não seja fantoche ao terem alguns de seus Ministros com fortes ligações e amizades íntimas com autoridades investigadas na Operação Lava Jato.
Que o STF não seja fantoche ao decidir pelo fim do sigilo da “Lista de Janot”, já pedido pelo Procurador Geral da República, pois é preciso saber quem nela se encontra.
Que o STF não seja fantoche ao decidir pela autorização das investigações contra todos os políticos envolvidos na Lava Jato, inclusive, os chefes do Executivo e do Legislativo.
Que o STF não seja fantoche de um governo que adora fazer acordos espúrios em nome da velha governabilidade, contando justamente com o apoio do STF, como foi o caso do impeachment de Dilma Roussef e do descumprimento de ordem judicial por parte de Renan Calheiros.
Que o STF não seja fantoche e ceda a pressões políticas capazes de destruir e manchar sua imagem perante a sociedade brasileira, que ainda acredita ali residir a morada última da Justiça.
Que o STF não seja fantoche e, por meio de alguns Ministros, venha “defendendo” a aprovação de leis de duvidosa constitucionalidade, como a “anistia” do caixa 2 e a lei do abuso de autoridade.
Portanto, tudo o que o Ministério Público e a sociedade brasileira mais desejam é que o STF não seja fantoche de ninguém, e que seus Ministros jamais possam se considerar acima da lei, mas a ela sirvam e emitam seus julgados com a devida imparcialidade, honrando assim a toga preta que envergam.
Grecianny Carvalho Cordeiro
Promotora de Justiça e Escritora

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *