ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA

Grecianny Cordeiro

No dia 13 de maio de 1888 era declarada extinta a escravidão no Brasil, por meio da Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel, que assim dispunha: “A Princesa Imperial Regente, em nome de Sua Majestade o Imperador, o Senhor D. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que a Assembléia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte: Art. 1°: É declarada extincta desde a data desta lei a escravidão no Brazil. Art. 2°: Revogam-se as disposições em contrário.” (redação original)

A Lei Áurea marcou uma ruptura com um regime desumano e degradante imposto aos escravos vindos dos mais diferentes pontos da África, capturados das formas mais vis por traficantes de escravos que faziam do mercado humano sua fonte de riqueza, para que trabalhassem no Brasil, no labor braçal desempenhado nas fazendas produtoras de cana-de-açúcar ou de café, bem como nos trabalhos domésticos.

Trazendo o assunto para o Ceará, a primeira Província a libertar seus escravos, em 1884, registra Raimundo Girão, no livro “A Abolição no Ceará”, que a primeira sociedade libertadora foi a de Baturité, seguida pela Sociedade Manumissora Sobralense, depois, surgiram outras organizações formadas por pessoas ilustres da sociedade da época que abraçaram a causa da liberdade, a exemplo da Sociedade Cearense Libertadora, o Centro Abolicionista 25 de Dezembro, a Perseverança e Porvir, o Clube dos Libertos, a Sociedade Redentora Acarapense, a Sociedade Artística Acarapense, a Sociedade das Cearenses Libertadoras, esta última formada apenas por mulheres, além de outras entidades.

É de se ressaltar o importante papel da Sociedade das Cearenses Libertadoras na causa libertária, sociedade que tinha como diretora-geral a sobralense Maria Tomásia Figueira Lima; a 1ª e 2ª vice Carolina Cordeiro e Luduvina Borges; a 1ª e 2ª secretárias Jacinta Augusto souto e Elvira Pinho; a tesoureira Eugênia Amaral; as diretora Virgínia Salgado, Maria Faria de Oliveira, Joana Antonia Bezerra, Isabel Rabelo Silva, Francisca Rangel Bezerra, Luísa Torres de Albquerque, Francisca Borges da Cunha Mamede, Isabel Vieira Teófilo, Jovina Jataí, Branca Rolim, Francisca Nunes da Cruz, Francisca Joaquina do Nascimento, Jesuína de Paula Pimentel, Maria d’Assunção dos Santos Castro, Maria Teófilo Martins, Stefânia Nunes de Melo, Marieta Pio de Castro, Nerina Martins de Sá.

O registro desses nomes foi feito para que suas memórias sejam resgatadas e não continuem perdidas no tempo.

 

Grecianny Carvalho Cordeiro

Promotora de Justiça

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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