INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

A tecnologia é maravilhosa e veio para facilitar a vida de muitos, embora ainda assuste e atrapalhe a vida daqueles a ela resistentes. Mas para quem sabe usar e, mesmo não sabendo, se aventura a aprender, a tecnologia proporciona uma vida bem mais prática.

Recentemente, deparei intrigada com a notícia de que os “cientistas estão preocupados com avanço rápido da tecnologia”, uma vez que nem mesmo seus criadores parecem capazes de controlá-la. Por meio de uma carta, os cientistas pedem uma pausa no desenvolvimento da tecnologia artificial.

Ainda pela reportagem, veiculada no G1, dentre os receios dos cientistas estão: vigilância e controle pelos governos (já ocorre); um robô operando máquinas de guerra automatizadas (é bem capaz de já existir, mas é segredo militar); ataques cibernéticos (já acontece); o robô ser mais inteligente que os humanos (perdoe-me a sinceridade, caro leitor, mas isso é fato); tomar parte dos empregos dos humanos (isso já acontece); não ter como controlar (isso também é uma realidade).

Até aí, nenhum fato novo. Os cientistas sabem desses riscos-perigos, os donos das empresas de tecnologia, também; além de mim, você, ele, ela, nós. Todos sabemos disso e sequer precisamos de um robô para tal afirmativa.

Os filmes distópicos em que a máquina domina o mundo estão se tornando realidade. Mas haverá um Will Smith para enfrentar os robôs maléficos que querem destruir a humanidade já destruída? Haverá um Harrison Ford obstinado para caçar os replicantes?

Impossível não lembrar do filme de Steven Spielberg, “Inteligência Artificial”, em que, em um mundo de máquinas, um menino-robô é programado para amar. O garoto passa o tempo todo a procurar sua mãe, de quem tem vívidas e doces lembranças.

Fomos programados para ter sucesso na vida, ir à escola e à universidade, para ter uma profissão, ganhar dinheiro, formar uma família, criar os filhos, viajar para o exterior. Hoje, nossa felicidade é avaliada pela quantidade de likes recebidos em uma foto postada nas redes sociais.

Os robôs são programados para fazer tudo o que os seres humanos fazem, de forma mais eficaz, rápida, a um menor custo e sem possibilidade de erro.

Criador e criatura. O futuro, ninguém sabe, mas já podemos antever e, na medida em que perdemos nossa humanidade, a capacidade de sentir, de amar, de se solidarizar, os robôs irão adquiri-la. Que sejam então programados para fazer melhor uso que nós, humanos.

 

Grecianny Carvalho Cordeiro

Promotora de Justiça

 

 

 

 

 

 

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