No dia 4 de março de 1887, portanto, há 137 anos, em um dos salões da Biblioteca Pública da Província do Ceará, foi fundado o Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico), “uma sociedade (…) com o fim de fazer conhecida a história e a geographia da Província e de concorrer para a propagação das lettras e sciencias na Província.”
São os seguintes os sócios fundadores: Paulino Nogueira, Joakim Catunda, Pe. João Augusto da Frota, Guilherme Studart, João Baptista Perdigão de Oliveira, Antônio Augusto, Antônio Bezerra de Menezes, Júlio César da Fonseca Filho, José Sombra, Virgílio Brígido, Juvenal Galeno e Virgílio de Moraes.
As primeiras reuniões do Instituto do Ceará ocorreram na Biblioteca Pública, no antigo Teatro Concórdia. Em 1896, o Instituto foi transferido para o edifício da Assembleia Legislativa. Em seguida, alugou um espaço em um prédio situado na Rua Floriano Peixoto, ali não demorando e mudando-se provisoriamente para a residência do Barão de Studart, seu presidente à época. Depois, foi para uma sala no Arquivo Público.
Desde 1967, o Instituto do Ceará tem sua sede própria e definitiva na Rua Barão do Rio Branco, 1594, ao lado da Praça do Carmo, no denominado Palacete Jeremias Arruda, o qual é reconhecido de utilidade pública pela Lei Estadual nº 100 (de 15 de maio de 1935), pela Lei Municipal nº 5.784 (de 13 de dezembro de 1983), e pelo Decreto Federal nº 94.264 (de 22 de maio de 1987).
A despeito das dificuldades que as instituições públicas e particulares culturais e intelectuais sempre enfrentaram no Brasil, neste ano de 2024, o Instituto do Ceará completa 137 anos de fundação e, desde então, publica de forma ininterrupta a Revista do Instituto do Ceará, inclusive, disponibilizada em seu sítio, na internet.
O Instituto do Ceará continua sendo o repositório das maiores relíquias de nosso Estado e é constituído pelo Museu Barão de Studart; a hemeroteca com um acervo de periódicos dos séculos XIX a XXI, a biblioteca com mais de 39 mil títulos, o laboratório de restauro e conservação, o setor de audiovisual.
Sob o Palacete Jeremias Arruda encontra-se abrigado o espaço da compreensão de nossas origens, testemunho de um passado a guardar uma história rica em lutas, revoluções, conquistas, fracassos, a merecer constantes pesquisas e revisitas, disponíveis a quem quer que por ela se interesse.
O Instituto do Ceará é o símbolo maior de perpetuação de nossas memórias.
Grecianny Carvalho Cordeiro
Promotora de Justiça
